Zoneamento Ecológico-Econômico Preliminar

ZEE trará desenvolvimento sustentável para a Bahia

12/03/2014

Como aliar o desenvolvimento econômico à preservação ambiental no Estado da Bahia? A resposta para este questionamento não é simples, mas um dos primeiros passos é a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), que foi a pauta da audiência pública realizada hoje (12), no auditório do Centro Municipal de Atendimento Especializado (Cemae), no município de Vitória da Conquista (distante 517 km de Salvador). Até o final de março, o Governo do Estado por meio das secretarias do Planejamento (Seplan) e Meio Ambiente (Sema) realizam um total de 14 audiências públicas, sendo que as discussões tiveram início no ano passado com a realização de nove encontros.

De acordo com o superintendente de Planejamento Estratégico da Secretaria do Planejamento da Bahia, Ranieri Muricy, “a elaboração do ZEE é uma forma de fugir da armadilha das décadas de 80 e 90 que perseguiam apenas o crescimento econômico e sepultaram a palavra desenvolvimento do dicionário. Hoje, além de resgatarmos o planejamento incorporando a visão de diversos atores, a variável ambiental é elemento chave na tomada de decisão política”, afirma.

Após dois anos de estudos, a proposta de zoneamento do Estado da Bahia produziu uma quantidade surpreendente de informações. De forma sintética, a proposta do ZEE alcança as 3 mil páginas, mas os interessados podem acessar o site www.zee.ba.gov.br e se debruçar em milhares de Gigabytes que reúnem dados sobre o clima, relevo, solo, além de análises das potencialidades e limitações ambientais e socioeconômicas, bem como vulnerabilidades naturais e sociais de todos os 27 Territórios de Identidade da Bahia.

Um dos objetivos da audiência pública é incorporar o saber local de modo a refletir a realidade econômica, social e ambiental. Nesse sentido, qualquer ponto do ZEE pode ser discutido, seja para anular, modificar ou criar uma nova diretriz para o documento. “Queremos construir uma peça que represente um grau de consciência mínimo, pois com a implantação do ZEE talvez haja a necessidade de rever leis ou criar ordenamentos”, destaca Ranieri Muricy.

Um dos pontos de maior preocupação do representante do núcleo diretivo do Território de Vitória da Conquista, Valdemiro Conceição, se refere ao item vulnerabilidades. “Espero que com a implantação do ZEE o agente humano seja mais respeitado, pois já houve casos de grandes projetos de mineração remanejarem comunidades quilombolas”, ressalta Conceição.